A Questão do Terrorismo e o atentado ao Charlie Hebdo
Lejeune Mirhan *
As palavras “terrorismo” e “terrorista” vem sendo fartamente utilizadas pelos meios de comunicação de massa, particularmente depois das ações ocorridas no dia 11 de setembro de 2001. O atentado mais recente, do assassinato de 12 pessoas, entre cartunistas e funcionários do jornal francês Charlie Hebdo ocorrido no último dia 7 de janeiro, chocou o mundo.
Pretendemos com este artigo, discorrer um pouco sobre esse conceito de “terror”, abordando a questão do terrorismo de estado e comentando o movimento de ser ou não ser Charlie, bem como os limites da liberdade de expressão. Comentaremos um tema novo, chamado de “falsa bandeira”, quando um atentado é cometido por pessoas de uma corrente de opinião, geralmente opostas às que são injustamente acusadas. Ao final, apresentaremos algumas conclusões.
Introdução
Pode-se classificar, grosso modo, em quatro tipos as ações que se dizem “terroristas” e diversos são os exemplos com o passar da história: o terror religioso e fundamentalista (no caso de muçulmanos, cristãos e judeus extremistas que muitas vezes fazem de seu corpo uma arma de guerra); os do tipo mercenário (aqueles que se movem por dinheiro), que são pessoas que abraçam essas concepções e até editam uma revista em plano mundial denominada Soldiers of Fortune e agiram muito em território africano nas décadas de 1960 e 1970 do século passado. Um terceiro tipo seriam os nacionalistas (como o exército Republicano Irlandês – IRA na Irlanda) e por fim os ideológicos sejam eles de esquerda ou de direita (o caso das milícias americanas das quais era membro Timothy McVeigh, na ação em Oklahoma) (1).
A palavra passa a ser mais largamente empregada na história a partir de 1793, na França de Robespierre. Até o inventor da guilhotina, um cidadão francês de sobrenome Guilhotan, teve sua cabeça ceifada por esse instrumento no período que se denominou chamar de “terror”. O caso que repercutiu muito no final do século XIX foi o assassinato do Czar da Rússia Alexandre II, em 1891, por uma organização revolucionária da qual o irmão de Wladimir Lênin participava, que se autodenominava de “Vontade do Povo”. Os livros de História Geral dão como certo que o início e o estopim da I Guerra Mundial foi o assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, perpetrado pelo estudante Gavrilo Prinzip, integrante do grupo que se intitulava “Mão Negra”, de origem sérvia.
Durante a resistência ao nazismo e ao fascismo na Europa durante a 2ª Guerra Mundial, atos de “terror” foram adotados, mas a terminologia mais correta deveria ser sabotagem, pois os atentados organizados pela resistência eram mais contra ferrovias, estações, prédios públicos, no sentido de desgastar o governo direitista da Alemanha e da Itália. Nunca os objetivos eram civis, pessoas comuns.
O mito do terrorismo islâmico
Os impérios na história também sempre se esforçaram para criar certos mitos, difundir certas ideias e conceitos e mesmo dar certas dimensões para fatos e episódios que nem sempre correspondem à realidade. Isso sem falar na distorção de informações, que são feitas cotidianamente pela grande imprensa. São muitos os casos. Lembremos do incêndio no Reichtag – prédio do parlamento alemão – ao qual o governo de Hitler divulgou como tendo sido praticado por um comunista. Um camarada do Partido Comunista Alemão chegou a ser preso e torturado no sentido de que admitisse esse ato criminoso, que, muito mais tarde, ficou provado que tal incêndio criminoso fora feito por agentes do Partido Nazista.
Osama Bin Laden, assassinado a mando de Barak Obama em 2011, já foi considerado pela mídia ocidental como sendo um “guerreiro da liberdade”. Era assim que ele era chamado, quando lutava contra o exército soviético na guerra pela ocupação do Afeganistão pela antiga URSS a partir de 1979. Nessa época, os guerrilheiros islâmicos de Osama receberam armas, milhões de dólares e até mesmo treinamento por parte das agências de inteligência dos EUA. Ou seja, um terrorista criado e apoiado pelos EUA.
Um debate e duas visões
A questão central que se coloca neste debate, em especial após os ocorridos em Paris no dia 7 de janeiro passado, é a seguinte: qual é a causa, a raiz de atentados desse tipo? De um lado, temos os que afirmam que o terrorismo é gerado simplesmente pela fome e a pobreza existente no mundo. De outro lado, existem os que afirmam que o terrorismo é gerado exatamente pelas ações dos países imperialistas com relação aos povos oprimidos como uma reação.
A primeira versão do debate, de que a fome e a miséria podem gerar terrorismo não encontra guarida na história. No caso da Índia, da África e em certos períodos da própria China, presenciamos grandes surtos de fome e miséria, sem que se tenha visto ações terroristas. Na verdade, por trás dessa análise, tem uma certa tentativa de fazer um mea culpa pelos países ricos de sua omissão para ajudar os mais pobres e a forma como exploram essas nações.
Nós nos alinhamos à segunda corrente de análise sobre as causas e as raízes do chamado terrorismo. Elas se encontram na forma pelos quais os povos dos países explorados e ocupados militarmente pelas potências centrais são agredidos. Enquanto os Estados Unidos e seus aliados como a Inglaterra e a França, não desocuparem o Iraque, o Afeganistão, não desmontarem suas bases militares em todo o mundo, não revirem suas formas de tratar os árabes e os muçulmanos em todos os países, ações terroristas vão continuar e são até inevitáveis, por mais que se ampliem os esquemas de segurança.
A questão que se levanta no momento, depois do ataque ao Charlie Hebdo – e que não vão parar – é se a política externa americana de combate ao terrorismo vem dando certo ou não. As pessoas em todos os países se indagam se o mundo esta mais seguro depois da invasão do Iraque em março de 2003. A resposta vem sendo um contundente não, na medida que a insegurança hoje ronda qualquer cidadão em qualquer parte do mundo. Pessoas hoje em Tóquio e Roma já esperam a qualquer momento por um ataque. Isso vai colocar cada vez mais em xeque a política externa americana e seu unilateralismo. Após o fim da chamada Guerra Fria, os conflitos regionais ou “guerra por procuração” como se diz, aumentaram exponencialmente.
Liberdade de imprensa e hipocrisia
Todos assistimos às barbaridades cometidos pelos terroristas mascarados no dia 7 de janeiro. Portando armamentos modernos, profissionais bem treinados militarmente invadiram a redação do jornal satírico Charlie Hebdo e assassinaram friamente cinco cartunistas, vários funcionários e dois policiais. Disseram “vingar” o profeta Mohammad (Maomé, no Ocidente). Falaram em voz alta para que todos ouvissem que “eram da Al Qaeda”.
O jornal francês vinha se caracterizando, há tempos, como um incitador ao racismo e em especial à islamofobia. Na França vivem hoje mais de seis milhões de muçulmanos, boa parte filhos e netos de imigrantes da Argélia, sua colônia de 1830 até 1962.
A questão que se coloca é a seguinte: há limites para a liberdade de imprensa e de expressão? O filósofo francês Jean Jacques Rousseau é defensor das teorias dos limites da liberdade, ou seja a minha começa onde termina a do meu próximo. De fato, só é verdadeiramente livre uma sociedade de iguais (3).
A liberdade de expressão nunca significou e nem nunca significará dizer qualquer coisa e de qualquer forma. “Não por outra razão, todo racista hoje em dia clama por liberdade de expressão, pelo seu direito de ‘expressar sua opinião’. Mas, racismo e preconceito não são opiniões. São crimes” (4).
Não nos esqueçamos, que mesmo sendo crescente o número de muçulmanos na França, a imensa e esmagadora maioria não apoia qualquer ato de terrorismo, procura viver em harmonia com os franceses. O policial Ahmet Merabet assassinado na calçada do jornal, que enfrentou até a morte os terroristas era muçulmano e seus familiares acusaram os terroristas como falsos muçulmanos, pois em nenhuma passagem do Corão há algo que incentive o terrorismo. Aliás, nem a blasfêmia é condenada. A Bíblia o faz em Levítico (24:16) (5).
Há um debate posto, que vem desde os atentados de 2001, qual seja, a chamada indignação seletiva ou indignação desigual. Seja a opinião do professor de Ciência Política da UCLA, Magid Shihade, seja a filósofa estadunidense Judith Butler. Ambos tratam desse assunto. “Assassinos treinados pelos EUA contra cidadãos inocentes no Afeganistão e Iraque são ‘acidentes colaterais’ e não têm repercussão alguma”, diz Magid (6). E Judith completa “a indignação com os três mil mortos das Torres Gêmeas em 2001 é seguida de completa indiferença com os milhares de mortos das guerras feitas pelos EUA” (7). Nunca é demais lembrar que exatamente no dia seguinte desse massacre em Paris, na Nigéria os terroristas assassinaram duas mil pessoas inocentes e ninguém se indignou.
No domingo, 11 de janeiro, quatro dias depois do massacre ao jornal, uma Marcha contra o Terrorismo foi realizada em Paris. Convocada inicialmente pela esquerda francesa, ela foi apropriada pelo reacionário presidente francês, François Hollande, cuja popularidade estava em baixa, sendo hoje considerado o pior presidente da história da França.
A fotos publicada nos jornais, com vários chefes de estado e de governo, da Europa e fora dela, é a verdadeira imagem da hipocrisia. Em alguns dos países cujos líderes estavam na linha de frente da passeata, a palavra “liberdade” é banida do dicionário. Só para rememorar, a própria França, em julho de 2014 proibiu qualquer manifestação contra Israel, que bombardeava impiedosamente os palestinos na Faixa de Gaza, matando mais de duas mil pessoas.
Dois líderes árabes, como Abdullah da Jordânia e Al Nahyan dos Emirados não são exemplos de democratas nem seus países possuem amplas liberdades de expressão. Mas, o maior escândalo foi a presença do maior terrorista vivo hoje no mundo: Benjamin Netanyahu. Nem sequer havia sido convidado, mas apareceu, cercado de mais de cem agentes do Mossad (polícia secreta de Israel). Esse primeiro ministro de Israel, que enfrentará novas eleições em março próximo, estava mesmo é tentando tirar proveito da situação, com base na hipocrisia, para facilitar a sua reeleição. Um terrorista participando de uma marcha contra o terrorismo.
Boa parte dos chefes de estado presentes eram financiadores de atividades militares de terroristas que combatem contra países como a Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia entre outros. O chamado Estado Islâmico (ISIS na sigla em inglês), é totalmente apoiado pela França, UK, Turquia e EUA.
Apenas nos EUA, entre os seus chamados “liberais”, o direito à liberdade de manifestação do pensamento é considerado um direito absoluto. Em nenhum outro país isso é assim. Há leis que regulamentam os limites dessas liberdades. A concepção por trás dos insultos publicados na forma de charges, que alguns não veem como insultos, mostra claramente que existe uma cultura – a dos EUA – que se apresenta como superior a todas as outras. Não nos esqueçamos jamais: esse mesmo Estado francês que hoje vive o seu 11/09, foi o quem armou, treinou, apoiou de todas as formas os ataques contra vários países, em especial árabes, sob os mesmos pretextos de defesa da democracia e “liberdade”. Os ataques dos fundamentalistas em cidades como Trípoli, capital da Líbia, e Allepo, a segunda cidade síria, são sempre saudados no Ocidente como heroicos (8).
A França não só é membro da OTAN, a organização terrorista de maior poder bélico em atuação hoje no planeta, como financia, arma e treina terroristas que agem hoje na Síria e no Iraque e formam o chamado Estado Islâmico, em especial seu braço armado denominado Al Qaeda e suas filiais. Ainda que os terroristas que atacaram o jornal se proclamem membros da Al Qaeda, eles são produtos de uma rede de terrorismo criado e alimentado pelo Ocidente, para “manter uma guerra contra seus próprios cidadãos” (9).
Posições progressistas do Papa Francisco
Não é de hoje que o Cardeal argentino Jorge Mário Bergóglio, chamado de Papa Francisco, vem surpreendendo o mundo com seus posicionamentos. Especificamente em algumas declarações que trataram do conceito de “terrorismo de estado”, amplamente condenado pelas esquerdas, mas quase nunca aceito pelas potências ou países que o praticam. Alguns o chamam hoje de “estadista solitário”.
Em recente encontro que manteve com o corpo diplomático creditado no Vaticano, em 12 de janeiro, dia seguinte à chamada Marcha contra o Terrorismo em Paris, Francisco declarou em audiência: “há uma tendência à rejeição ... que induz a olhar o próximo não como um irmão a acolher, mas como alguém deixado fora de nosso horizonte de vida pessoal, transformando-o antes que em um concorrente, mas em um súdito a dominar” (10).
Na sua homilia do dia 8, quando celebrou missa na Casa de Santa Marta, onde reside no Vaticano, Francisco declarou: “esse ato de crueldade nos faz pensar tanto em terrorismo isolado, quanto no terrorismo de estado”. Talvez essa tenha sido a sua declaração mais direta contra esse tipo de terrorismo que a mídia jamais menciona.
No entanto, houve um momento no ano passado, quando Francisco faz uma condenação explícita ao terrorismo de estado, quando, em 25 de novembro, em uma conversa informal com jornalistas no avião papal ele declarou: “é verdade, existe a ameaça desses terroristas. Mas, existe também outra ameaça. É o terrorismo de estado, quando há uma escalada de violência e cada estado por sua conta acha que tem o direito de massacrar os terroristas e, com eles, caem muitos inocentes”, em uma clara e direta alusão à Israel e aos EUA.
Tais posicionamentos ajudam os que lutam hoje no mundo pela paz e contra o imperialismo.
O crescimento da islamofobia e as falsas bandeiras
Muito já se falou da nova ordem mundial construída pelos EUA após a sua vitória contra o Iraque em janeiro de 1991 e com o fim da URSS no final desse ano quando o mundo passa a ser unipolar. No entanto, fica fácil perceber que a indústria bélica estadunidense e os neoliberais em todo o mundo precisam fazer mais guerras. Contra os povos do mundo para controlar as suas riquezas, ou para derrubar seus governantes que lhes contestam. Foi assim com Saddam Hussein, no Iraque e com Muammar Khadaffi na Líbia, que foram brutalmente assassinados. Tentaram e seguem tentando de tudo para fazer o mesmo com o presidente da Síria, Dr. Bashar Al Assad. Mas, têm sido fragorosamente derrotados até aqui.
Particularmente após os atentados às torres gêmeas de setembro de 2001 a ocupação do Iraque, em março de 2003, um inimigo começou a ser forjado: o Islã como religião e os muçulmanos em geral, que são hoje mais de 1,6 bilhões em todo o mundo em 47 países de população majoritária de seguidores dessa fé religiosa.
O fato é que “os anglo-sionistas nutriram, organizaram, financiaram, treinaram, equiparam, armaram cuidadosamente, dedicadamente, ao longo de décadas os takfiris terroristas que hoje se voltam contra eles e seus países” (11).
Neste caso, há uma clara responsabilidade por tudo que ocorreu, do próprio governo francês e de seu presidente sionista François Hollande. Em recente visita oficial à Israel, em que pese tudo que os sionistas fazem contra os palestinos, o presidente francês declarou em alto e bom som: “serei sempre amigo de Israel” (sic).
Aqui fica sempre a pergunta que devemos nos fazer: quem ganhou com esses atentados abomináveis? Em primeiro lugar, ganha o próprio presidente francês cuja popularidade estava lá embaixo. Em segundo, todos os chefes de estado e de governo, que apoiam a aliança mundial liderada pela OTAN que lutam contra os povos de todo o mundo que clamam por sua independência e soberania nacional. Por fim, ganham os partidos de direita, os fascistas, os que defendem na Europa restrições às imigrações e ao crescimento do Islã como religião. Com a ajuda providencial e imediata da mídia, vão tentar extrair as maiores vantagens esses atentados.
Aqui vale a pena introduzir um conceito que vem sendo aos poucos publicado nas mídias alternativas. A chamada “falsa bandeira”, ou seja, faz-se um atentado para se jogar a culpa em correntes ou grupos sociais que pensam oposto ao que foi realizado. Dois exemplos me vêm à mente neste momento.
Em 2005, ocorreu em Beirute o atentado terrorista que resultou a morte de Rafik Hariri, ex-primeiro Ministro do Líbano. Imediatamente, os dedos acusadores se voltaram contra o presidente da Síria, Dr. Bashar Al Assad. Ora, este era o último que teria interesse em cometer um crime dessa natureza, até pelas consequências que isso acarretaria em seguida, completamente previsíveis. Na Argentina, um promotor de nome Alberto Nisman morreu de forma ainda não esclarecida. Imediatamente, os dedos apontam para a presidente Cristina Kishner, seu desafeto. Um crime como esse coloca boa parte da população contra seu governo, que é odiado pelos meios de comunicação e pelos EUA.
O caso mais rumoroso de “falsa bandeira” ocorreu em 2 de agosto de 1980, quando um ataque terrorista à estação de trens de Bolonha matou 85 pessoas e feriu outras 250. Imediatamente, a mídia acusou a esquerda. Tempos depois, apurou-se que os criminosos eram membros de uma célula fascista radical. Estava em curso na Europa a chamada Operação Gladio, que consistia em armar guerrilheiros para combater uma possível e hipotética invasão da URSS à Europa. Armas foram enterradas em diversas partes da Europa (12).
Conclusões finais
De nossa parte, os atentados cometidos contra o jornal Charlie Hebdo devem ser condenados com a maior veemência e merecem nosso total repúdio. Ao mesmo tempo que devemos prestar a todas as famílias das vítimas a nossa irrestrita solidariedade. Nem por isso, deve ser automático o apoio à linha editorial de um jornal que ajudou a criar na França um clima islamofóbico e racista.
Imediatamente após os atentados, criou-se o movimento Eu Sou Charlie e outro que se dizia Eu Não Sou Charlie. Uma falsa dicotomia. Condenar os atentados não significa condenar o jornal e a liberdade de expressão. Nem tampouco apoiá-lo acriticamente. Um falso dilema, uma falsa dicotomia. Devemos ser contra quem incita o ódio e o racismo, que fomenta o terrorismo, quem o financia, que são os Estados Unidos e seus aliados árabes no Golfo, a Turquia, Israel e países clientes da Europa. Devemos pregar sempre a união do povo contra um inimigo comum.
Nosso ódio e o centro de nossa ação política deve ser contra o imperialismo, contra os Estados Unidos e seus aliados neoliberais. Devemos pregar contra toda e qualquer intervenção militar em qualquer país, seja sob qual argumento for, “levar democracia”, direitos humanos etc. Devemos defender o fim de toda e qualquer lei racista, que discrimine pessoas seja pela cor da sua pele, seja pela sua confissão religiosa.
A defesa de um estado laico neste momento, democrático deve ser a nossa bandeira. Não devemos dividir as pessoas, mas unir o povo na luta comum contra o maior inimigo da humanidade, o capitalismo e o rentismo, sob o comando dos EUA.
Devemos propugnar pelo desenvolvimento econômico e social. Devemos respeitar todas as religiões e defender a liberdade de culto e de consciência. Queremos a solidariedade entre os povos e nações e a soberania e independência nacional.
Sabemos bem que a luta pela paz, por um mundo justo e com igualdade, tem hoje um caráter claramente anti-imperialista.
Bibliografia Consultada
(1) ARBEX JR, José, Terrorismo: um legado da história, 9 de outubro de 2001, 3 páginas, que circulou na Internet em língua espanhola, sem maiores referências.
(2) Aos que queiram conferir essa passagem bíblica, podem fazê-lo em Juízes capítulo 16, versículo de 23 a 31, página 323 da Bíblia de tradução de Almeida, Editora Vida, 1981.
(3) Editorial da Revista Carta Capital, edição 833 de 21/1/2015, pág. 14-18, escrito por Mino Carta;
(4) Vladimir Safatle, Carta Capital, edição citada, pág. 27;
(5) Wálter Fanganiello Maierovitch, Carta Capital, edição citada, pág. 19;
(6) Gianni Carta, em “Morre por mim, França”, Carta Capital, edição citada, pág. 20-23;
(10) Artigo de Cláudio Bernabucci, intitulado A palavra do estadista solitário, Carta Capital, edição citada, pág. 24-26;
* Sociólogo, professor de Sociologia e de Ciência Política da Unimep (1986 a 2006). Foi sociólogo da Fundação Unesp (1995 a 2005). É colunista do Portal Vermelho onde escreve desde 2002 sobre a temática Oriente Médio. Colabora com a Revista Sociologia da Editora Escala. Possui oito livros publicados. Atualmente é diretor do Sindicato dos Sociólogos do Estado de SP.