Desfecho insustentável

O brasileiro Luiz Felipe de Alencastro, que é professor de história do Brasil na Universidade de Paris-Sorbonne, em entrevista recente na Folha de São Paulo, espantou a sociedade brasileira a partir de uma hipótese de interpretação que desemboca numa possibilidade dramática de desfecho da crise que agora vivemos: a da abertura de espaço para uma onda reacionária em nosso país impulsionada pela falência do governo Lula e do PT.

 

Para ele, é emblemática a frase de Jorge Bornhausen, senador do PFL:
"Nós agora vamos nos livrar dessa raça por muitos anos"

Para o professor a maneira de falar da esquerda como raça é um ranço profundo da UDN mais reacionária de onde vem Bornhausen. Não se trataria, portanto, nesta crise, de um retorno da situação anterior, ou seja, de uma presidência tucana civilizada. É o retorno do recalque mais boçal do Brasil, da UDN de 1952, que diz que pobre é pobre, porque pobre é burro. Tudo isso é o resultado de eleger um encanador e uma empregada doméstica para morar no Alvorada, pensa-se.