O deputado Chico Alencar, recém-filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), afirma em entrevista exclusiva ao Correio da Cidadania que a decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores não foi nada fácil. Ele ressalta o longo e doloroso processo de amadurecimento com os militantes da sua base política e reconhece que a escolha pode implicar em perdas e não ser compreendida por parte da militância petista. Alencar afirma que o Psol é formado em sua maioria por ex-petistas descontentes com o rumo do Partido dos Trabalhadores e que seu estatuto tem uma grande virtude: somente se fecha uma questão com 75% de aprovação da instância
Correio da Cidadania: O que os motivou, diante da crise política, com evidente desmoralização do governo e do PT, a disputar o Processo de Eleição Direta (PED)?
Chico Alencar: Nós entendemos que deveríamos ter um diálogo com os milhares de militantes e filiados do PT e apresentamos uma candidatura à presidência e uma chapa que diziam: ou os militantes restauram radicalmente o partido, para que o PT reencontre sua própria história, ou nós estaríamos perdendo de maneira definitiva um importante instrumento político que pertence à classe trabalhadora brasileira.
Mas os resultados confirmaram aquela velha maioria do Campo Majoritário (CM), que levou o partido para este encalacrado em que ele se enfiou: tornando-se um partido cada vez mais vinculado aos aparatos do Estado, cada vez mais distante da sua própria base, cada vez mais separado do movimento vivo da sociedade, cada vez mais pensando em reproduzir somente os espaços de poderes. Infelizmente, o CM e seus aliados continuarão mandando no PT.