Wednesday, October 05, 2005

Do Paraguai, EUA miram recursos energéticos

A presença de cerca de 400 militares estadunidenses em solo paraguaio já é um fato. A grande questão, contudo, é o que eles pretendem fazer - e o que farão - por lá. Em maio desse ano, o governo do Paraguai firmou acordo (aprovado posteriormente pelo parlamento) com os EUA que previa exercícios e intercâmbios militares em seu território até dezembro de 2006.


No entanto, certamente, a atuação militar dos EUA no Paraguai não é de hoje. É o que afirma Alberto Buela, vice-presidente da Fundação Centro de Estudos Estratégicos Sul-Americanos (CEES), com sede na Argentina: "De acordo com nossas próprias fontes e com dados recolhidos pessoalmente por nós na capital, Assunção, os EUA já estavam estabelecidos clandestinamente desde 1999 na região do chaco paraguaio". Trata-se da base de Mariscal Estigarribia, localizada na província de Boqueronen, no oeste do país. Com apenas 3 mil habitantes, a localidade está situada a 250 quilômetros da Bolívia e seu gás natural e conta com pista de aterrissagem de 3800 metros de extensão, o que permite o pouso de aviões de grande porte.

De acordo com o CEES, o desembarque dos 400 militares estadunidenses teria como objetivo a ampliação desta base (que poderia abrigar 16 mil homens) e sua transformação em instalação militar permanente dos EUA na região - o que permitiria, segundo Buela, uma "intervencão rápida em metade dos países sul-americanos: Paraguai, Brasil, Bolívia, Argentina e Uruguai".